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SXSW Dia 02 – Filas, inteligência artificial e intimidade em uma era cada vez mais digital

  • Foto do escritor: Danton Rodrigues
    Danton Rodrigues
  • 12 de mar. de 2023
  • 3 min de leitura

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Imagem extraída da apresentação da hu.ma.ne

No segundo dia do evento, estabeleceu-se um verdadeiro senso de urgência, pois é impossível não sentir o FOMO. Diferentes coisas acontecem a cada momento e é necessário estar preparado para correr e estar muito bem organizado e certo do que quer assistir. Ter um plano B e talvez um C é altamente recomendado!


Eu perdi a Amy Webb ao vivo, e foi a primeira vez que vi uma fila que se estendia por 4 andares, mas uma alma caridosa dividiu o conteúdo que gravou no Otter e eu pude desfrutar dos insights ali apresentados.


Amy Webb é uma futurista e também fundadora da Future Today Institute, que se dedica a analisar tendências em tecnologia e prever seu impacto no futuro. Em seu painel, ela compartilhou tendências de tecnologia para 2023 e sobre como essas tecnologias impactam a nossa perspectiva de futuro.


Ela destaca que não há como prever o futuro, mas se preparar para ele é possível e importante, pois a inovação está aí, mas os riscos também.

Em seu relatório com mais de 600 tendências, a futurista destacou temas como a transformação radical na forma como as informações são coletadas e compartilhadas e como isso está evoluindo rapidamente com o surgimento de novas ferramentas, geradores de texto, imagens e vídeos, bem como sistemas de IA para desenhar proteínas e combater as mudanças climáticas. O relatório está dividido em tópicos como inteligência artificial, robôs, drones e mobilidade, computação quântica e 6G, web3 e bioengenharia.

No campo do maior hot topic do momento, temos as IAs que estão cada vez mais próximas de estarem presentes no nosso dia a dia.


Webb destaca que, nos anos 2020, a Inteligência Artificial (IA) generativa será cada vez mais utilizada, permitindo a geração de novos conteúdos, conceitos e ideias. Nos próximos 18 a 24 meses, a IA generativa será integrada a um número ainda maior de aplicações, incluindo saúde, legislação e finanças. As empresas perceberão que a IA é necessária para o crescimento nos negócios, embora algumas funções dos funcionários possam ser tornadas obsoletas. É importante ter um olhar humano para que a digitalização aconteça para esses colaboradores e que as empresas de todas as indústrias desenvolvam um entendimento sólido sobre IAs. O fruto disso é uma estratégia consistente para a automação das companhias.

Se Webb já deu o papo sobre o ônus e bônus dessas tecnologias no futuro, Esther Perel, psicoterapeuta e podcaster, engrossou a conversa sobre inteligências artificiais e a maneira como a intimidade e as relações humanas estão sendo transformadas nessa era, em seu painel “The Other A.I.: The Rise of Artificial Intimacy & What it Means for Us”.



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Trecho do painel com Esther Perel - atração e obstáculos geram desejo.

A proposta da promessa de uma vida fácil e com tudo sempre à mão e disponível pode até parecer atraente no início, mas qual é o impacto de vivermos nesse "modo assistido" que a tecnologia proporciona?


Perel frisa que a remoção da inconveniência promovida pela tecnologia remove tanto a fricção dos nossos dias que nos desconectamos da experimentação e do aprendizado e, consequentemente, dos nossos verdadeiros "eus". Acabamos nos tornando "padrões algorítmicos ambulantes", pessoas lisas, com todas as arestas aparadas, e até brinca que, tratando-se de intimidade, fricção é um ativo importante.

Estamos cada vez mais aceitando interações pobres, com poucas trocas genuínas, profundas e sinceras, porque aos poucos vamos perdendo nosso senso crítico já que toda adversidade vem sendo deletada e com isso estamos deixando nosso "músculo social" sem exercício, atrofiado.


A psicoterapeuta é taxativa e defende que, quando não nos escondemos atrás dos nossos telefones, temos a oportunidade de conhecer verdadeiramente as pessoas e, consequentemente, a nós mesmos.

Ela destaca que a maturidade da intimidade não é construída a partir de respostas fáceis e, mais uma vez, a fricção é importante!


Para fechar o resumo do segundo dia, vale destacar que nem só do palco principal vive o SXSW. Em uma sala menor, pude presenciar uma conversa profunda e interessante sobre a construção de dispositivos para uso de IAs apresentada pela Humane. Fundada por Imran Chaudhri, que foi responsável pela criação de interfaces para o iPhone, e Bethany Bongiorno, também ex-Apple, que atuava como diretora de engenharia de software e participou de projetos como o lançamento do iPad.


Juntos, eles estabeleceram como missão da Humane construir um futuro que é sim, mais inteligente, mas que também é humano.

Durante a sessão, eles apresentaram os 10 princípios da "Boa IA" e abordaram valores como inovação, utilidade, eficiência, transparência, ética e inclusão.



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10 princípios da "Boa IA" por Hu.ma.ne

De lição aprendida, fica o cuidado com o ser humano.

Não podemos nos tornar apenas zeros e uns em um banco de dados na nuvem e que podem ser descartados e deletados. Devemos aprender com a tecnologia, evoluir e nos conectarmos de verdade através dela.


Gostou do resumo e quer saber mais? Acesse abaixo:

Saiba mais sobre Hu.ma.ne: https://hu.ma.ne/



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